terça-feira, 13 de novembro de 2012

"arte e vida não sobrepostos, mas interpenetrados como o ar na água" - que se revela num movimento de turbilhão (espuma) como ato criativo, de um choque mais ou menos violento com o outro (um terceiro).
O POETA
O poeta não cita: canta. Não se traça programas, porque a sua estrada não tem marcos nem destino. Se repete, são idéias e imagens que volvem à tona por poder próprio, pois que entre elas há também uma sobrevivência do mais apto. Não se aliena, como um lunático, das agitações coletivas e contemporâneas, porque arte e vida são planos não superpostos mas interpenetrados, com o ar entranhado nas massas de água, indispensável ao peixe—neste caso ao homem, que vive a vida e que respira arte.
Guimarães Rosa

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